quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Outubro, mês especial

Outubro me faz pensar no sentido da minha vida. É particularmente lindo, especial, mesmo. Foi neste mês primaveril, em 1967, que na cidade de Passo Fundo, comecei a pregar nos cultos das congregações da Igreja do Evangelho Quadrangular do Bairro Boqueirão. Meu pai era um obreiro ardoroso, amava as pessoas e queria alcançá-las para a salvação em Cristo Jesus. Por isso, sempre que alguém oferecia sua casa, abençoado por nosso Pastor Theodoro Martins Fhurmann, lá ía ele fazer culto. Assim agindo, todas as noites que não tinha culto no templo, dirigia um culto em algum lugar da cidade. Bairro Boqueirão (2 pontos de pregação), Vila Santa Maria, Vila Vera Cruz, Parque dos Viajantes. Até quase dentro da "Xangrilá". Nome bonito, mas era um lugar que "pessoas de bem", "moças e senhoras de família" não deviam ir. Se fechava um, ele abria outro em qualquer lugar que lhe oferecessem pra pregar, não parava nunca. Xangrilá ficou "mal afamada" por causa de um certo comércio que abundava no local. Digamos "comércio de diversão". Não sei se lembram de uma novela global que não lembro o nome pelo pouco que vi e faz muito tempo, mas tal como no folhetim, havia muitas "Casa da Luz Vermelha". Até lá pertinho, meu pai foi pregar.

Como o obreiro Olinto pregava em muitos lugares, meu pastor Theodoro sugeriu que começasse a usar-me no trabalho também. Ele sabia que eu tinha um chamado. Eu fazia programas radiofônicos, o "Visita ao seu lar" pra ele na Rádio Passo Fundo sempre que precisava. Pregava, vez ou outra nos cultos "da Mocidade"(era assim que chamavam o Grupo Missionário de Jovens. Antiga eu?!). o pai também estava indo lá fora, em distritos longe da cidade. Só que ía uma vez por mês em dois deles, pois já não dava conta de atender tantos.

Foi aí que um dia papai chegou do trabalho dele com o rosto torto por uma dor de dente e disse que eu iria pregar na congregação. Eu já ensinava as crianças, em alguns desses pontos de pregação, desde que eu tinha 11 anos de idade e, agora com 13, "levei" um susto, ao saber que chegara a hora de começar a pregar "de verdade", em público, num culto com mais de 100 pessoas. Era coisa grande demais pra mim. Mas lá fui pra oração e desesperada busca pelo que deveria pregar. Era tão fácil pra mim, em todos os lugares e oportunidades, falar do que Jesus tinha feito na minha vida. Só que agora era diferente, eu seria anunciada como a pessoa que ía pregar. Isso tinha e tem um peso muito grande pra mim até hoje. É um povo todo esperando receber. Olhando pra quem vai pregar e na espectativa de que diga algo que faça a diferença. Oh, my God! Se o Senhor não falar por nossa boca, estamos perdidos. Eu era tão pequena! E o pior é que ainda sou. Com esse meu jeito, minha figura! Hehehe! Magrinha, baixinha, olhos muito miudinhos, fisicamente, sou inexpressiva. Muitas pessoas quando me olham, pensam: é essa aí que vai pregar? ... Mas preguei pela primeira vez, num mês de outubro, ano 1967, com 13 aninhos, cursava a 2ª. série do ginásio, no Instituto Educacional de Passo Fundo. Quando comecei, pensei que não conseguiria segurar a Bíblia até o fim de tanto que tremia, mas o tremor foi passando e falei com ousadia e graça que só o Espírito Santo é capaz de conceder. Daí pra frente, o Pastor Fhurmann disse pro meu pai, agora tu vais em uma congregação, e a Dona Eva acompanha a Teresinha para cuidar e pregar em outra. Dona Eva, minha mãe deveria ir comigo porque eu era criança, isso é óbvio. E a mãe era também muito usada nos dons de curar. Aí formávamos uma dupla perfeita naqueles cultos evangelísticos, com estilo de "Cruzadas Missionárias".

Em 1972, numa Convenção Regional da nossa Igreja, na cidade de Passo Fundo, ingressei no Ministério desta minha amada Igeja do Evangelho Quadrangular, e foi em OUTUBRO, mais precisamente no dia 21. Hoje, portanto, faz 37 anos que faço parte deste ministério glorioso para o qual muitos são chamados, mas poucos são os "escolhidos". Nunca o abandonei. Prego até dentro de casa, prego, ensino até a mim mesma; a tempo e fora de tempo. Tenho "filhos", "netos" e "bisnetos" na fé que estão pastoreando e fazendo a obra missionária. Sem contar o número muito grande de discípulos de Instituto Bíblico e Teológico que tive o privilégio de fazer parte do corpo docente que lhes incutiu conhecimento.

No mês de Outubro de 1985, tinha também que ser nesse mês, no dia 15, o jovem missionário, eram assim chamados os que iniciavam obras na nossa Igreja, "missionários", eu estava incluída nessa categoria, o Missionário Sergio Aguiar me pediu em namoro. Começou naquele dia a nossa hitória de amor. Foi lindo, intenso, cheio de sonhos. Nunca mais terei espaço na minha vida pra nada que se assemelhe ao amor que tenho pelo homem da minha vida. Amo meu "Fofo" mais do que a mim mesma. Dele tenho meus dois tesouros, minha "herança do Senhor", os filhos Samuel (23 anos) e Misael (17 anos).

Fora a minha conversão, que ocorreu em março de 1963 e o meu casamento, em 06 de março de 1986, foi em OUTUBRO que começaram as coisas definitivas e de real valor na minha vida.

Sou por tudo muito grata ao meu Deus. Até aqui Ele tem me ajudado, nunca me desamparou poque é fiel. A Ele, glória, honra, força, meu louvor e adoração. (Pastora Teresinha Aguiar)

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